segunda-feira, 25 de maio de 2009

VOCÊ É O QUE PARECE??

Dizem que o nosso estilo revela muito sobre a nossa personalidade. Será que é mesmo? Muitas vezes acho que a gente se veste do jeito que gostaria de ser, não necessariamente do que a gente é. É aí onde mora o perigo: se você mostra o que não é, mas o que você acha “bonito” ser, fica fácil fácil decepcionar quem se aproxima de você. Porque as pessoas se atraem pelas primeiras impressões. Não é à toa que não consegue mantê-las perto por muito tempo. Nem seria legal mesmo, uma vez que elas não têm nada a ver com você, mas com aquela que você acha que gostaria de ser. Tenho uma amiga que passa a imagem de ser superdescolada, desencanada, bem-resolvida, independente, antenada e focada na carreira. Ela não tem vergonha de nada, é extrovertida e brincalhona. Adora se jogar na pista de dança, viajar, conhecer gente de todas as tribos, e tem vários amigos do sexo oposto. Já vi mais de um garoto comentar “essa aí é solteira convicta”. Aparentemente, você diria que ela é liberal, do tipo que transa na primeira noite, não pensa em ter filhos, curte fumar um de vez em quando e quem sabe até experimentar outros tipos de droga. Do tipo que agarra quem ela quer, não fica esperando. E do tipo que tem vários rolos ao mesmo tempo, sem se importar verdadeiramente com nenhum. Massssssssss, no entanto, porém.... ela é o contrário disso! Quer dizer, não exatamente o contrário, ela é o exemplo real de que características aparentemente excludentes podem conviver numa boa. Romântica, carinhosa, superfamília, reflexiva. Gosta de namorar, detesta tomar a iniciativa, não agüenta o papo dessas solteiras caçadoras de homem, e não vê muita graça em ficar com carinhas na balada. Gosta de meninos com atitude e sem medo de mostrar que estão afinzassos dela. Adora papos cabeça, sonha em se casar, ter filhos. Ela ama criança. Brinca com elas como se fosse uma. Com todas essas características, ela também consegue ser independente – no sentido de não “precisar” de um namorado, apenas gostaria de ter um e se apega com facilidade naqueles que a merecem. Focada na carreira – o que não quer dizer que ela é desfocada da vida amorosa. Antenada – e justamente por isso procura um companheiro com quem tenha afinidade, para acompanhá-la em todos os programas que ela gosta de fazer - inclusive pra se jogar na pista de dança!É pelos meigos, sinceros e “família” que ela se encanta, se apega, e se entrega. É para esses que ela se mostra. Mas esses em geral têm medo dela, fogem, a vêem como “muita areia para o meu caminhãozinho”. Os malandros bonitões é que sempre se aproximam, crentes que vão conseguir sexo fácil e não enfrentarão cobranças. Quando vêem que não é bem assim... também fogem.Outra amiga minha é aparentemente supercareta. Usa o cabelo certinho, sempre escovado. Fala baixo, odeia exibicionismos, é superdiscreta. A típica mulher “pra casar”, “moça de família”, como diriam alguns. Estudiosa e amiga. Porém, no entanto, ela é do tipo que “come quieta”. Não vê problema em trair o namorado se tiver sentindo necessidade disso. Já experimentou de tudo que você pode imaginar nessa vida. Curiosa, ela gosta de correr riscos. Quando solteira, saía com um cara sexta, outro sábado, outro domingo. Se divertia contando vantagem para as amigas sobre cada um deles. Ela não pensava em ter filhos tão cedo. Achava que não tinha jeito nem muita paciência com criança. Mas, guess what? Há três anos ela está casada e com DOIS filhos – porque, claro, engravidou sem querer, de um namorado com quem estava junto havia apenas seis meses.As aparências só enganam quem se deixa enganar por elas. É ignorante quem enquadra as pessoas em rótulos fechados. E ingênuo quem acredita nos estereótipos. No fundo, todas as pessoas têm tantos lados que se torna extremamente simplista julgá-las pelo jeito de ser em determinadas circunstâncias, pela roupa que veste e pelo primeiro olhar que ela joga. Os olhos são apenas a vidraça da janela da alma. Pra ver a alma, é preciso muito tempo de convivência. E ainda assim, será que algum dia a gente vê a alma? Arrisco dizer que só quando a gente morre... e mesmo assim, ninguém pode provar.Também não dá pra dizer que o que vem depois da primeira aparência é a verdadeira essência da pessoa, a personalidade real. Somos contraditórios, sim, apesar de ser tão difícil compreender isso e aceitar nossa complexidade. Não conclua, espere pra ver. E permita-se surpreender-se sempre.

Autor desconhecido
Enquanto falta tempo e inspiração para fechar quatro crônicas que comecei, mas não terminei, a contribuição de uma amiga, que achou algo bem ao meu estilo de escrever ganha espaço no blog e vale até pela identificação, até porque, acho que sou esta amiga descrita e a outras só pode ser uma amiga minha!!! (risos)
Muito do que penso, muito do que acho nas palavras de outra pessoa. Ainda tenho uma cronica sobre rótulos quaaaase pronta, quem sabe entra na sequencia...