quinta-feira, 15 de abril de 2010

COTAS RACIAIS ESTIMULAM O PRECONCEITO



Por Paula Tubino

O tema é polêmico, basta falar sobre o sistema de cotas raciais para se ouvir os mais divergentes pronunciamentos, até mesmo entre antropólogos e sociólogos. As opiniões ficam divididas entre educadores e a população em geral, até porque, é desta multi etnia que o Brasil é composto .

A questão de destinar vagas exclusivas nas universidades para negros, índios e alunos egressos de escolas públicas gera polêmica e angaria argumentos. Há quem diga que esta é uma forma de reparar as diferenças e diminuir as desigualdades, outros tantos apresentam argumentos contrários, de que a medida só reafirma o preconceito racial.

Particularmente concordo com este segundo grupo, acredito que a prerrogativa das cotas divide a sociedade por raças e gera preconceito entre pessoas, que deveriam ser julgadas pelos seus méritos e não pela sua etnia. O Brasil é um país miscigenado, como avaliar quem pertence ou não a determinado grupo racial? Ora, todos nós carregamos esta “mistura étnica” e as cotas raciais, ou o privilégio a alunos egressos de escolas públicas, só pratica um movimento separatista, extremamente excludente, confundindo o preceito de igualdade e dignidade.

Acredito ainda, que o sentimento de inferioridade incorpora estes jovens, que chegam as Universidades dentro de uma ideologia - de cotistas - e não de igualdade como introduz a Constituição Federal, no artigo 19. III: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”.

Seguindo esta premissa o sistema de cotas é inconstitucional e, ao que se propõe - a inclusão social - passa longe. Este segundo item só será possível com um ensino básico de qualidade, garantindo as mesmas oportunidades a todos. As cotas chegam como um paliativo a um dos grandes problemas da educação no Brasil, a base curricular, que é deficitária na rede pública e, o pouco aproveitamento desses alunos, que muitas vezes são de família de baixa renda e priorizam o trabalho para garantir a sobrevivência.

Em suma, o que define quem entra ou não numa Instituição de Ensino Superior é a qualidade de ensino durante todo o seu histórico escolar e não a sua etnia. Alunos pouco preparados chegam e saem das universidades sem a base profissional necessária, porque os quatro ou cinco anos de graduação não dão conta de reparar as deficiências dos 12 anos de estudos anteriores. Se as diretrizes da educação não forem repensadas pouco poderá ser feito e, a ideia de incentivar o estudo através das cotas, isso é balela.