quinta-feira, 8 de abril de 2010

DEVOLVAM O MEU DIREITO DE SER MULHERZINHA

Conquistas e mudanças sociais??Abaixo a revolução feminista, essa atitude é definitivamente prejudicial à saúde das mulheres!


Essa conversa começou ali, as voltas de uma cama de hospital, como uma dessas discussões para passar o tempo. O papo foi além da sociologia e reunia três gerações de uma família, de ex-mulherzinhas, melhor dizendo, sem chance para isso.

Vovó concorda, o papel da mulher na sociedade mudou muito e, diga-se de passagem, já nem sei se realmente foi para melhor, já que, acumulamos atribuições e perdemos direitos. Ahhhh, na época da minha bisavó… era inerente a mulher o seu direito ao tempo. Seja para apenas contemplar o sol, andar em volta das crianças que por ali brincavam, cultivar plantas, trocar receitas novas na cozinha ou bordar uma técnica de ponto cruz, passada por gerações.

Se isso era o que chamavam de escravas eu quero é ser escrava! E afinal, o que somos hoje? Naquela época a regra era ser boa esposa, boa mãe e servir ao marido – nada mal, se pensarmos que hoje somos escravas do marido, do lar, do trabalho, do banco, do consumo desenfreado, da academia, da beleza, do salão todo sábado e tudo mais que nos atropela a cada 24 horas.

O sexo feminino continua com o fardo da gestação, da casa, da sogra folgada, das plantas, da lista de compras, do almoço no fim de semana, isso continua como na época da minha bisavó, a diferença é que hoje em dia o despertador toca cedo, pra dar conta de todas as coisas de casa e ainda chegar bela ao trabalho. Alguém, por favor pode me explicar onde estão as conquistas deste nicho??

Apontam como conquistas os lares chefiados por mulheres. Tento entender o porquê seria tão gratificante conviver com a ausência paterna e sem o amparo familiar da mãe, como figura presente na educação e desenvolvimento infantil. Hoje as mães não tem tempo para filhos, nem para a casa, nem para os maridos… Crianças são criadas por babas que ensinam a “dança do creu” aos pobres pimpolhos, a casa é gerenciada por alguém que você mal sabe o nome, porque é um troca-troca absurdo e os maridos, quando existem, devem ser bem cuidados por alguém. Quem hein??

Malditas Simone Beauvoir e Beth Friedman, que com suas ideias libertarias e de igualdade juntaram uma legião de mulheres impulsionadas pelo discurso revolucionário e esqueceram que as diferenças entre os sexos vão muito além do soutien, de um bom cargo no mercado de trabalho e de uma licença maternidade de seis meses, discussão mais atual sobre as “conquistas femininas*".
Na década de 20 elas foram às ruas para conquistar o direito ao voto. Na década de 60 acreditavam que a participação no mercado de trabalho seria a emancipação das mulheres e até o final desta década acho que vão as ruas pedir a devolução do seu espaço de mulherzinha.

Hoje sim Vivemos um momento de retrocesso, onde não é mais possível voltar no tempo, mas queremos o que não tivemos. Um lugar só nosso e, às vezes, não significa a presidência de uma multinacional. O mundo é cruel com o sexo feminino. Somos escravas de preceitos de beleza e estética, da competência profissional, da rotina e das contas. Atos de gentileza e cuidado são diferenciais que buscamos. Também queremos tempo e precisamos de compreensão e super poderes para administrar tanta coisa!

VAI ENTENDER?! - Mulheres independentes demais assustam os homens e acabam sozinhas. De menos não conquistam sua admiração e também acabam sozinhas. Haja peso e contra peso pra essa balança, que desestabiliza relações e nos coloca num papel de super mulheres, para posteriormente apresentar a frustração de que não existem super mulheres, ao menos não com todos os super poderes que merecemos.


Por Paula Tubino

* Temática de outro post