quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CÂMERA INDISCRETA

Por Paula Tubino

Relógio não havia. O sol na janela do longo corredor do hotel informava que já passava das 5 horas da manhã. O traje não era algo apropriado para o café, tão pouco para circular por aquela área coletiva. Ela vestia uma camisola preta, com renda e transparência. Seguiu no rumo da escada de incêndio, desceu alguns lances de escada, subiu outros, bateu em alguns apartamentos. Sua vã consciência parecia desacordada. Desceu até a recepção e pediu que lhe informassem o numero do seu quarto. Não portava chaves, nem identificação, sequer a mínima dosagem de juízo. Bateu a porta que não respondeu. Com a ajuda da recepcionista, adentrou seu quarto. Empurrou a pedra que tomava conta de toda a cama e seguiu o sono merecido. Poderia ser apenas um sonho, se não houvesse o registro do circuito interno do hotel...