quarta-feira, 14 de abril de 2010

APERTA O BOTAO SOME DAQUI

Ela aceitou o convite para sair. Entre a escolha da roupa, maquiagem, cabelo, salão, bolsa e o stress normal de um encontro, foram aproximadamente 5 horas. Ele chega, antes da hora marcada e toca o interfone.

Ela desce. Linda!Sapato de cetim, bolsa de mão, vestido preto e acessórios em dourado. Unha feita e cabelo solto. A Maquiagem é digna de profissional e o perfume lembra notas de jasmim.

A porta do elevador abre e ela vê a visão do inferno: o cabelo feito uma escova ao contrario, se é que isso existe, tênis sujo, calça furada, camisa desbotada verde e casaco de moletom três números maior. Ele cheirava a nada, talvez mofo, carregava um copo de plástico verde e antes mesmo de cumprimentar solicita gelo.

Ela pensa que neste exato momento o elevador devia cair no poço, com uma passagem secreta, que a levasse direto a sua cama, esquecendo aquela decepção.

O moço de olhos bem azuis interrompe seu pensamento e pede gelo.

Ora, não se anda com gelo no bolso, pensa a moça que de decepcionada passa a irritada. Sua imaginação continua a divagar sobre o que estava fazendo ali, naquele exato instante, daquela forma e com aquele sujeito que insistia no gelo.

Onde já se viu, nem se sabe para onde vai e o whisky já esta no carro. Ao entrar, sem nenhum gesto de gentileza ele solicita que ela segure a garrafa. No Rotulo: Xiboquinha – Cachaça tipo exportação.

Cade, cadê? Ela procura um controle, um botão, um celular... alguma coisa que apertando faça aquela aberração sumir da sua frente. De uma vez por todas.