quarta-feira, 18 de agosto de 2010

RELATOS E RETRATOS PÓS FACULDADE

Por Paula Tubino

Nem parece, mas saímos de lá há mais de três anos. E eu nem imaginava que um dia aquela ralação como estagiária e assistente de comunicação contaria para a experiência de hoje. Ao todo sete anos trabalhando com comunicação. Comunicação é arte é vocação, mas é qualificação e preparo também. Quem viu  as fotos do primeiro semestre, aula de filosofia, com sarau na Praça Castro Alves, todos juntos, nem imaginava o que estava por vir. A nossa turminha da faculdade não era nada unida. Pelo contrário, em função de uma professora maluquete, que pregava conceitos loucos e teorias inventadas, houve um racha. O grupo a favor e o grupo contra. O meu era do contra, acho que eu sempre fui um pouco do contra e o subversivo me atrai. Isso rendeu alguns bate bocas com a tal maluquete, que tempos depois foi vista vendendo biscuit numa lojinha de bairro. Então era o lado B e o lado A. Na verdade esta separação era um tanto quanto intrínseca, a ponderar pelas ideologias e perspectivas de cada um ali. Não era preciso dizer que não haveria uma amizade eterna entre todos e quando saio do ontem e olho no hoje, vejo como ficou a vida de cada um e tamanha a ponte que nos separa. Não é uma questão de preconceito, reconheço o esforço de muitos em estar ali por tênues quatro anos, mas é discrepante as diferenças. Só pra lembrar, teve gente que escolheu um pagode para entrar a colação de grau e literalmente “recebeu a galinha pulando” creeeedo! Fiquei sabendo que este Ser trabalha como tripulante de cruzeiros marítimos, vulgo “garçom da classe média”. Enfim, quando olho para a minha turma, o lado B, sinto um orgulho danado do rumo que cada um deu a sua vida e carreira, mesmo que um pouco enviesado, é vocação. Se jornalismo não tava dando dinheiro e surgiu a oportunidade em produção cultural, está lá ela, que arrasa no trabalho e comanda as equipes até durante carnaval em Salvador, enquanto todos se divertem. Tem as minhas coleguinhas de assessoria, trabalhando em empresas e órgão respeitados, aquelas que eu avisei que o caminho era a reportagem televisiva estão chegando lá, em um veiculo impresso importante, os que optaram pela produção estão bem, tem as que estavam engatinhando e começam a dar passos mais fortes este ano, associadas a nomes conhecidos no mercado e angariando seu lugar ao sol, agora sim, por competência e amadurecimento profissional. Do lado A, não sei bem o que aconteceu com todos, mas soube que alguns buscam a vocação até hoje, outros estão num curso de estética e algumas casaram. É, esta última é a profissão que exige menor nível de instrução, o mercado não está totalmente escasso e para entrar não precisa exatamente de competência.