domingo, 8 de novembro de 2015

E SE...

Por Paula Tubino

A minha historia mais bonitinha anda por ai, corre o país todo trabalhando sem parar, sem perceber que a vida está passando. A minha história mais bonitinha  tem umas frases prontas e mesmo assim eu tenho a plena certeza que não estou lidando com mais um canalha. Sabe porque? Porque a nossa historinha tem inocencia, tem descobertas, tem ineditismo, cumplicidade e momentos engraçados para relembrar.

E se me perguntar quais serão as cenas dos proximos capítulos, posso prever com maior exatidão que qualquer cartomante que já fui: Vou ser pra sempre na sua vida o “e se...”.  Quando você estiver numa relação chata, quando você estiver repensando se é feliz na cidade em que mora, quando receber propostas para abrir outro escritório, quando achar que a mulher ao seu lado não é tudo aquilo que você imaginava e quando estiver bebendo doses de nostalgia.

Tomamos caminhos diferentes, vivemos há 1.200km de distância, não há tempo para amor nenhum surgir, porque você não tem tempo pra curtir preguiça na cama no domingo, pra perder horas na livraria escolhendo livros e degustando cafés numa noite de sexta, para jantar com os amigos no sábado e varar a madrugada conversando... Então, mesmo sabendo do potencial que tenho para te fazer feliz, deixo você ir embora no outro dia e no outro mês e pra sempre.

Juro que não acho nem que é falta de interesse, ou coragem, é falta de tempo mesmo, tempo pra deixar as coisas acontecerem, para as peças se encaixarem ou para que algumas decisões façam sentido. Serei pra sempre o “e se eu tivesse feito diferente...”, nada diferente disso, nada menos e nem mais que isso. Por isso e só por saber disso deixo nossas vidas se desencontrarem de novo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

RASCUNHO SOBRE AMORES QUE SE PERDERAM

Por Paula Tubino

Não me perca por medo de me machucar, eu decido os riscos que estou disposta a correr. Me perca só pela certeza de não estar disposto a me fazer feliz como já fez.

Não me perca por medo de se machucar porque é injusto, é boicote, me perca se não quiser a minha companhia pra vencer esses medos com vc.

Não me perca porque respondeu sozinho aos seus questionamentos, sem que eu tivesse o direito de responder o que me cabe, mas me perca se não valer a pena me perguntar mais nada nessa vida.

Não me perca por não saber o que quer fazer nos próximos anos, mas me perca se não é comigo que quer passar o sabado à noite.

Não me perca por não saber lidar com as minhas expectativas, mas me perca pra sempre se eu sou tudo o que vc quer, mas vc não conseguiu sentir aquilo que gostaria por mim.



domingo, 5 de abril de 2015

AMORES EXAGERADOS

Por Paula Tubino

Estão nos feeds das redes sociais, em blogs, estampam capas e páginas duplas de revistas, aparecem nos filmes, nas novelas, nos livros e nas fotografias. Os casais mais que apaixonados extrapolam os limites do amor para mostrar o que sentem, não aos seus parceiros, isso é pouco, os exagerados precisam mostrar ao mundo.

Mas será que é sempre assim? Na vida real esses estereótipos serve de referência a uma sociedade frustrada por não viver um amor de novela. Se não tem café na cama, jantar a luz de velas ou "eu te amo" escrito no espelho não serve, não ama o suficiente. A sede de se apaixonar desmedidamente, o amor Romeu e Julieta é o que todos querem, mas o que poucos sabem é que esses momentos são raros, são recortes de uma vida real cheia de discussões por bobagens,  de crises e vontade de jogar tudo para o alto, mas claro, o que se vê é um amor louco estampado em outdoor pela cidade.

O amor perfeito não existe. Relacionamentos são construídos por pessoas com valores e manias diferentes que em prol das qualidades do outro e das afinidades lutam diariamente para que a história prossiga, de preferência com brindes em Veneza ou ao por do sol em Punta Cana, seguindo as últimas postagens do casal apaixinado do ano.

Na verdade o cenário pouco importa, o que leva o relacionamento para a frente não é o que o cartão de crédito pode proporcionar e o que o celular pode registrar para posteriormente compartilhar e sim o esforço mútuo para que dê certo, é a vontade de fazer o outro feliz, o companheirismo, a confiança, é querer bem mesmo após uma briga. é dormir na mesma cama mesmo querendo sumir, é saber a hora de ceder. é resiliência acima de tudo.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

SOLIDAO A DOIS


Por Paula Tubino


É indo ao cinema sozinha num dia qualquer, planejando o destino das férias com uma amiga, vendo o Fantástico na companhia do cachorro, numa sexta-feira em casa entre livros e filmes que eu descobro que estou mais sozinha estando com você que quando estou apenas comigo.

Não o culpo por isso, eu apenas esperava mais e esperar mais é muito para o meu ímpeto de intensidade, para a minha sede de viver uma história incrível e para o tanto que me esforcei em te fazer feliz.

Eu sei, é expectativa! Me perdôo por isso, assim como não me castiguei por tentar que desse certo, por pisar no freio para não invadir seu espaço, por tentar uma, duas, dez, 14 vezes. Me perdôo por ter deixado você entrar, por ter acreditado em ''nós'' e mais ainda, hoje me perdôo por deixar você ir.