segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EM CORES

Por Paula Tubino
Certa vez eu ouvi de uma pessoa que eu passo coisas boas e que a minha forma de ser/viver a vida é cativante. "Leve", o melhor adjetivo que já ouvi. Analisei cada informação contida na tal palavra e, considerando tudo o que tenho visto por ai, é diferencial mesmo. As pessoas carregam nas suas bolsas/mochilas diárias todas as suas frustrações, medos, inseguranças, reclamações, insultos... poucos querendo somar alegrias, a maioria reclamando, vivendo uma vida chata. São brigas por espaço, por tempo, por dinheiro...por nada.  
Leveza é diferencial mesmo. Sinônimo de risos, otimismo, bom humor,  acho que é uma forma  branda de encarar o mundo e de enxergar as coisas sempre com um pouco de cor, de preferência multi coloridas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

TERREMOTO

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Por Paula Tubino                                                  Capítulo 01

Já li sobre alguns. Os depoimentos dos sobreviventes, a imagem de quem viu tudo desabar, os traumas de quem fica, a dor por quem vai, a imagem do que era e do que sobrou... A falta, o vazio, a subtração. Foi assim que me senti por dias, juntando peças, cacos, ego, identidade, buscando explicações, convivendo com a ausência, aprendendo a acordar sem você. Eu bati a porta pela última vez. Não questionei, não senti sua pulsação,  nem vi olhos mareados, apenas tomei a decisão mais acertada diante dos acontecimentos. Era um domingo qualquer, com  todos os deleites que se pode ter de um namoro ameno, tranquilo, feliz e cheio de afinidades. Sem brigas, sem estrondos, sem nada. Programávamos o próximo final de semana, conversamos sobre as atitudes dos outros, curtimos a preguiça pós almoço, falamos sobre viagens...Era pra ser só mais um domingo qualquer, ate que você achei motivos suficientes para bater a porta da frente carregando minhas coisas e toda a minha ira. Entrei no carro e não sei bem como ele chegou em casa, nem como consegui fazer de conta que você  não existia a partir daqueles minutos. Vi nossa historia passar em segundos, tudo desmoronando e em meio aos destroços, eu levantava  naquela segunda-feira, afim de verificar a frequência cardíaca, os movimentos, a vida que seguia atrás da janela do meu quarto. Sem você, sem o “nós”, sem o biquíni pendurado nos seu banheiro, sem os planos, sem nada... Acordei com a pior sensação de todas, a da perda.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ÚLTIMO PEDIDO

Por Tati Bernardi

Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: Minhas vontades são bipolares demais. Só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você.