sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A DESPEDIDA

Por Paula Tubino

Na boca o gosto amargo de um café sem açúcar. Os olhos percebem a manhã sem sol, sem brilho...sem você. Tem cara de vôo que passa por cima da Guanabara e pelo Pão de Açúcar e dá meia volta.Vontade de não acordar, de rasgar o calendário, de contar pra atendente da farmácia que você foi pra sempre. É suportável, porque é vaso quebrado, nó na garganta e nada mais que isso. Resgato a imagem da fala engasgada, o escrito de ontem...
“O meu orgulho detesta admitir que você é uma pessoa especial, mesmo que eu não consiga definir o porque ao meu analista, com milhões de defeitos irritantes e uma fraqueza que me faz te detestar por instantes. Bem longe da perfeição, assim como eu, mas responsável por um grande aprendizado, o da verdade. Não que eu não seja sincera, mas a minha verdade resgatei com você, quando decidi viver em “Queda Livre”, perder o controle da situação e acreditar que vale muito mais assim. Descobri que eu não sou de ferro, como todos pensavam e eu concordava, precisei de ajuda, desisti de encontrar explicações tão racionais para tudo. "
Desisti de você, das suas inseguranças, de ser preterida e de ter a nítida certeza que, lá na frente, em algum momento, você vai se questionar: E se eu estivesse com ela?!
Coragem! Isso eu aprendi no berço e felicidade eu carrego comigo, independente de qualquer pessoa ou circunstância. Tomara que você não se arrependa.... Descarto o que sobrou de voce na minha vida, o telefone...  Por longos 40 minutos afundo o esquisito dia de hoje na banheira, misturo os sais, essencias e, pronto. Página virada. Capítulo Novo, viva mais uma sexta-feira. Lembro o mantra que entoa durante a meditação "eu sou liberdade" e comemoro o melhor sol de todos, o do dia seguinte.