quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

AUTO RESPEITO

Por Paula Tubino


"Você percebe que é forte, quando se vê obrigada a desistir de coisas que nunca imaginou ser capaz de abrir mão um dia..."


Entender que você não consegue carregar o mundo inteiro nas costas, optar por alternativas mais leves, acatar suas decisões, mandar a culpa para seu devido lugar, entender que não é preciso estar em todas as festas para ser feliz, nem beijar todas as belas bocas que estão dando mole, passar um final de semana inteiro com livros em volta, sorvete, filme, cama e sofá pode ser melhor que qualquer companhia ou balada, isso é aprendizado. Respeitar  suas vontades e pensar sobre as atitudes é auto respeito.

Dizer "N-Ã-O" ao que não serve mais, ao que não se enquadra -  pode ser até um compromisso chato, um  trabalho, uma amizade que não convem - Aceitar convites novos, amigos novos, programas diferentes...

Passar a tarde numa livraria, travar um pacto com o silêncio, desligar o celular... Pode não ser para sempre, mas tente fazer apenas o que acredita, o que tem vontade e interesse e olha que isso não exime obrigações normais do cotidiado, só depende da forma como você encara a rotina e de como se reconhece frente ao espelho... isso é auto respeito


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

SEM TITULO

Por Paula Tubino                                                                                                                Capítulo II

Você divide a mesma cama com alguém, faz planos de viagem, de vida... Gasta seu tempo, sua juventude, suas forças. Passa por coisas que jamais pensou suportar. Finge que não vê e que não se chateia com outras tantas e, lá pelas tantas, você vê que foi tudo em vão... As pessoas são extremamente egoístas, envolvidas nos seus mundinhos, medos, vontades... E todo aquele amor abre a porta e vai embora por falta de diálogo. Nunca prometi nada que não fosse real e nem acreditei em nada que não vivi. Na minha cabeça as coisa são muito simples, no meu coração ela são bem complexas...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O OUTRO DIA

Por Paula Tubino

Nada como a manhã seguinte, o sol na janela, o despertador que toca, o trabalho que continua, a rotina nova. Os amigos por perto, as mudanças que acontecem, programas familiares, o aprendizado. Aprendiz, é exatamente essa a palavra que descreve as novas sensações diárias. Aos poucos consigo respeitar mais o que sinto e o que vivo e ate a ressaca moral de nao controlar os impetos da madrugada fria. Já não me odeio na manhã seguinte e consigo compreender que é totalmente normal o emocional vencer o racional, as vezes. Olho para o espelho e vejo a pessoa mais bipolar que já conheci e acho isso normal... converso com quem já passou por algo parecido e escuto que não é legal, porem, normal. Converso com a terapeuta e ela manda eu seguir a intuição e o coração, mas eles vivem numa guerra absurda aqui, dentro de mim

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POWER / OFF

Por Paula Tubino
Já inventaram dispositivos sensacionais nos aparelhos celulares. é possível levar o mundo nas mãos, conectar-se as pessoas, aos últimos acontecimentos... plugar ipods e ipads ao som ou tv e criar uma infinidade de álbuns de musicas, videos, imagens... São rádios mundiais sintonizadas a hora que você desejar. Internet em altissima velocidade, Facebook contando tudo sobre todos. Pessoas inertes em seus celulares e ou notebooks... nem conversam, comunicam-se por redes sociais ou especulam o que mais desejar. ´E um mundo estranho, mas adorável. Para acabar com tudo isso basta desligar o dispositivo. Tudo simples, fácil... agora explica como eu desligo você?!
Cade a porcaria do botão OFF,  para desligar a saudade? E onde desliga fonte de alimentaçao que insiste em lembrar a nossa historia? quero saber como faz para comprar um band aind que estanque de vez esse sangramento ou, quanto custa o menthiolate que arde no inicio, mas contribui para a cicatrização? E onde compro o Gelol para aliviar os hematomas que adquiri? Ahhh botão OFF você é o meu sonho de consumo mais volúvel e necessário, pena que o mundo  anda devagar nos avanços com o coração...

sábado, 5 de novembro de 2011

CARO LEITOR,

Gostaria de esclarecer que este espaço é composto por crônicas, desabafos, conversar (ou parte delas), imaginação exacerbada, falas, invenções, criações concebidas com carinho.

Nada aqui é totalmente real, esse é um mundo metafórico, é uma mentira bem contada ou uma verdade maquiada, depende do dia, da vontade.

Por aqui não existe o compromisso com a verdade, nem com os personagens, que não são citados. Alguns existem, outros não... assim como os sentimentos e as historias descritas nesses textos.

Jornalista, assessora de imprensa, redatora, editora e, por que não escritora/crônista? 
Apaixonada por pessoas, lugares e coisas, sou de verdade, mas aqui sou uma grande mentira!

Seja bem vindo e divirta-se! Ou chore...
Paula Tubino

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

JANELA

- Uma passagem para Paris, por favor! Passando por Roma e Amsterdam. Sem data de volta. Não, eu não tenho fluência nos idiomas, mas eu entendo e me comunico, de uma forma ou de outra. Não preciso falar, quero uma viagem muda, sozinha, sem roteiro, sem lembranças, sem saudade, sem ninguém...Quero descobrir lugares novos, ver gente diferente não quero falar sobre a minha vida. Pode ser?
Eu quero só os dias, alguns vinhos, uma boa cama e um excelente livro, isso basta! - Mala? Não, deixo elas aqui, com todas as frustrações, duvidas e expectativas. Algumas peças numa mochila basta. quero o desapego, a ausência de rotina, quero deixar tudo aqui. Quando eu voltar tudo estará exatamente no mesmo lugar, ou não, mas aquela que atravessou o portão de embarque não existirá mais, assim como a de ontem não é a mesma de hoje. Sim, ela nasce e morre todo dia. O mais importante: Ela renasce melhor a cada dia.  - Pode confirmar o voo. Janela, por favor!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EM CORES

Por Paula Tubino
Certa vez eu ouvi de uma pessoa que eu passo coisas boas e que a minha forma de ser/viver a vida é cativante. "Leve", o melhor adjetivo que já ouvi. Analisei cada informação contida na tal palavra e, considerando tudo o que tenho visto por ai, é diferencial mesmo. As pessoas carregam nas suas bolsas/mochilas diárias todas as suas frustrações, medos, inseguranças, reclamações, insultos... poucos querendo somar alegrias, a maioria reclamando, vivendo uma vida chata. São brigas por espaço, por tempo, por dinheiro...por nada.  
Leveza é diferencial mesmo. Sinônimo de risos, otimismo, bom humor,  acho que é uma forma  branda de encarar o mundo e de enxergar as coisas sempre com um pouco de cor, de preferência multi coloridas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

TERREMOTO

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Por Paula Tubino                                                  Capítulo 01

Já li sobre alguns. Os depoimentos dos sobreviventes, a imagem de quem viu tudo desabar, os traumas de quem fica, a dor por quem vai, a imagem do que era e do que sobrou... A falta, o vazio, a subtração. Foi assim que me senti por dias, juntando peças, cacos, ego, identidade, buscando explicações, convivendo com a ausência, aprendendo a acordar sem você. Eu bati a porta pela última vez. Não questionei, não senti sua pulsação,  nem vi olhos mareados, apenas tomei a decisão mais acertada diante dos acontecimentos. Era um domingo qualquer, com  todos os deleites que se pode ter de um namoro ameno, tranquilo, feliz e cheio de afinidades. Sem brigas, sem estrondos, sem nada. Programávamos o próximo final de semana, conversamos sobre as atitudes dos outros, curtimos a preguiça pós almoço, falamos sobre viagens...Era pra ser só mais um domingo qualquer, ate que você achei motivos suficientes para bater a porta da frente carregando minhas coisas e toda a minha ira. Entrei no carro e não sei bem como ele chegou em casa, nem como consegui fazer de conta que você  não existia a partir daqueles minutos. Vi nossa historia passar em segundos, tudo desmoronando e em meio aos destroços, eu levantava  naquela segunda-feira, afim de verificar a frequência cardíaca, os movimentos, a vida que seguia atrás da janela do meu quarto. Sem você, sem o “nós”, sem o biquíni pendurado nos seu banheiro, sem os planos, sem nada... Acordei com a pior sensação de todas, a da perda.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ÚLTIMO PEDIDO

Por Tati Bernardi

Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: Minhas vontades são bipolares demais. Só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você.

terça-feira, 10 de maio de 2011

lição

Amiga você aprendeu a lição? - Diz ela indignada!
Eu?? Não, não aprendi. Lutei pra entrar, relutei o dobro para sair, sangrei por dentro e senti o mais feliz vazio de todos os tempos, o de não ter absolutamente ninguém na lembrança, na cama, no dia, no coração e em canto algum. Vivi o mais surpreendente egocentrismo e tomei a vacina mais potente contra qualquer interferência mundana, tudo em prol da  cura. Curei e comemorei cada segundo só meu. Cativei a indiferença e o mais comovente dó, pena mesmo e a gratidão de terem tirado alguém assim, tão "não meu" de mim.  Disse não ao anterior e segui dizendo por inúmeras vezes.

Ai vem ele, cheio de encanto, graça, gentilezas e sutilezas, nos mínimos detalhes... vem aos poucos, sem pressa, sem sufoco, sem relógio, sem promessas, sem mentiras, sem o estereótipo e aporta ali, na minha vida que antes era tão só minha. E ai eu escuto Marisa Monte e lembro dele e escuto David Guetta e também lembro e não escuto nada e a sua voz vem  e falo nele pra terapeuta e ele liga. Sei la quanto tempo vai durar, se quanto maior a altura maior o tombo, se quero ou se não quero, mas vou deixar a vida se encarregar do desfecho e vou sentir de novo o que de bom tiver que existir....

Novembro de 2010

quinta-feira, 5 de maio de 2011

PONTO SEM FIM

Você decide que não quer mais, não suporta o que aconteceu, o fardo é pesado demais. Diga o que quiser, argumente como lhe convir, não há nada que consiga apagar as imagens que "abalaram o Castelo". Conversa concluída. parece que tudo volta ao normal, mas o inconsciente não para e volta a lembrar e argumenta falas, explicações, respostas e não conclui nada. O dia de martírio chega ao fim, com a decisão de que é preciso falar, doa a quem doer. Discurso pronto, frases montadas, roteiro finalizado. Entra no carro e segue pensando sobre todas as mudanças a partir da decisão tomada. Chega, demora a falar, perde os argumentos, as falas, o roteiro da um nó na cabeça e tudo vira apenas algumas palavras soltas. A emoção toma conta da razão e você percebe que não consegue concluir bulhufas de nada e nem dar um ponto final e nem terminar a frase e mesmo sem jeito, querendo finalizar a conversa, suspira e sai um "Então é isso". Espera ter forças para levantar sem que a lagrima corra antes de chegar ao carro, mas de súbito, o abraço não esperado. E a lagrima cai, e não tem mais carro, nem caminho de volta, nem conversa. Volta tudo ao normal após uns carinhos, as promessas de sempre e as frases mais normais do mundo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

TENTE OUTRA VEZ


Por Paula Tubino

Pode ser, você que sabe, eu não sei, mais ou menos... Expressões sem vontade broxam o melhor do meu EU, o maior dos projetos, altera drasticamente o meu humor e os planos.

Não gosto de coisas mais ou menos, sentimentos mais ou menos e muuuito menos pessoas mais ou menos. Doa a quem doer, o simples e decisivo “Não” é melhor que a inércia do “pode ser”, ou a falta de sal do “você que sabe”. Eu não consigo reagir a gente estática, apenas retrair.

Realmente não sei me doar por coisas e pessoas que tem a indecisão e não a vontade. Vontade de fazer, de ver, de ir atrás, de sentir, de contar, surpreender, executar, pensar... Enfim, falta de intensidade, com pitadas de criatividade não dá pro meu EU, sou muito mais que isso...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

FOTOGRAFIA


Por Paula Tubino

Lá esta o seu melhor ângulo, os sorrisos mais frenéticos, uma quantidade enorme de amigos, as viagens, as caretas, o cabelo impecável, o modelito novo e um amor que mais parece extraído do último capitulo da novela. Clica na seta e vê o símbolo da família unida. Típico álbum de uma dessas redes sociais de alguém qualquer.  Pode ser o meu ou o seu.

Nos bastidores das imagens, o alusivo poder da fotografia, o de eternizar momentos, de transpor felicidade infinita e realçar qualquer sentimento mundano. Na vida real, pessoas que sentem, choram , dançam, sonolentas, com humor matinal instável, preocupações, contas, atribuições, desejos, desafios, vivências diferentes... A vida real pode até não ser tão bela quanto parece, vide fotografia, mas é apenas dela que surgem os melhores momentos da vida.

Os amigos da foto, nem sempre são aqueles que você conta pra tudo e estes são escassos, mas de um valor nada mensurável. Nas viagens, com certeza momentos mágicos, mas os percalços de atravessar 3h de barco, a chuva, a praia que não teve, o atraso no vôo... Informações não expressas nos sorrisos da foto de frente pro mar.

O cabelo impecável fica um desastre sem escova, o modelito novo é apenas um entre outros mais casuais e bem conhecidos e aquele amor todo....?! Hum, passou 30 minutos ensaiando a tal foto. Ele tem seus ataques de grosseria, joga lixo no chão e odeia os atrasos dela. Ela rebate, tem a vida milimetricamente programada e não suporta suas bagunças. Mesmo assim, mesmo sem a eterna imagem da foto, são felizes juntos e tentam conciliar diferenças. A família é unida via interurbano e com visitas esporádicas, não mais que 15 dias, nem menos que duas vezes ao ano, a dosagem certa de um amor incondicional, mas que precisa de distância para sobreviver.

Assim é a vida real, sem molduras douradas ou photoshop, nem personagens perfeitos... Feita de momentos, de gente do bem, que sente, que vive, que amadurece e endurece aos trancos e barrancos. Feita de concessões, de momentos, de quem erra tentando acertar. Feita de GENTE e de fotografia.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CURTA AS CURTAS...

Por Paula Tubino
MORADORA NOVA - Ela sai do elevador apressada, algo em torno de 8h da manhã, rumo ao trabalho, mas antes de sair pelo portão é interceptada pelo porteiro, que pergunta: - A senhora é moradora nova de qual andar?
- Não moro aqui... Sou a namorada nova do morador antigo...
NOVAS - Almoço entre 2 casais de amigos. Eles se conhecem há mais de 20 anos, elas por intermédio deles e suas idades cronológicas ultrapassam por pouco o tempo da amizade dos dois. Um deles relembra um almoço, em que ambos estavam namorando com suas, hoje, ex- esposas, alto em torno de 18 anos atrás. O garçom passa e uma delas grita:  "- Ei, tira uma foto nossa, eles e suas novas e literalmente novas namoradas..."
MULHER E CARRO - Ligo o ar condicionado do carro e escuto um barulho estrondoso. Desligo e pela falta de tempo para parar o carro nos 15 dias posteriores ao ocorrido acabo tomando chuva com o vidro aberto, passando calor nos dias de sol forte até o dia em que decido pelo conserto do tido cujo. O técnico olha, explico o ocorrido, mostro o barulho e até arrisco um palpite sobre o defeito... Ele abaixa, bem próximo ao banco do passageiro e resolve o problema imediatamente. Um saco que pegou justamente no ventilador interno do ar. Volto pra casa com a cara de loira total flex.
RESPIRA - E quando eu acho que eu não agüento mais aquela carga o personal lembra que eu só gastei 60% da minha resistência. Quando eu acho que não agüento mais você, ai lembro que já gastei 60% da minha paciência...
CORDA - E é incrível como de repente eu sou mais amiga dos seus amigos que dos meus. De vez enquanto eu fico aqui, tentando entender porque eles te acham tão possessivo, mas tem uma corda no meu pescoço que não me deixa pensar...
RESPIRA II - E se a raiva insistir eu logo fico vermelha e vai dando uma vontade descomunal de abrir o berreiro... e só de pensar na minha fragilidade, assim, tão descoberta, ai tenho mais vontade ainda. Antes da explosão tento a racionalidade. Olho pro teto por cinco minutos, penso em algo que não tem o menor sentido, empino o nariz e... daqui, não desce nada e não sai uma palavra também. É só pisada forte, bico e nariz empinado.
LI POR AI - Se Ema é bicho, emo é bicha?!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SENSO COMUM É DEMAGOGIA


Por Paula Tubino 
 
Ok, não é preciso ser  “ o do contra”, mas gostar de tudo o que os outros aprovam, só por que está na moda ou para ser aceito, definitivamente não dá. Quem consegue peitar suas dicotomias perante a sociedade tem que estar disposto a encarar testas franzidas, olhares desconfiados e, acredite, só por não aceitar algo “convencional” vão achar que você é um tanto alienado, estranho, louco... adjetivação não vai faltar.

Pois bem, acho Chico Buarque um porre sem tamanho, não suporto Cirque du soleil e casamento de véu e grinalda - na igreja e com marcha nupcial  - é o evento mais clichê da história, uma fábrica de dinheiro que mantém estabelecimentos e a instituição mais antiga e rica do mundo, as próprias igrejas. Devo considerar que acho linda a ideia do casamento, só não gosto da falta de ineditismo e dos valores arcaicos atrelados a ele.

A maternidade não está nos meus planos, o que não quer dizer que eu não goste de crianças. Vou contra muitos argumentos construídos pelo cristianismo e horários de trabalho estabelecidos. Não gasto meu tempo com BBB e novela e acho um total absurdo convites de casamento em que os noivos ainda citam pais casando seus filhos, esses mais vividos que a minha avó. Uma satisfação social desnecessária.

No meu ponto de vista, alienado real é aquele que não consegue esboçar seus ideais sinceros, que nem ousa criticar, que tem medo de ir contra o que todo mundo considera “convencional-ótimo-bem-aceito-aos-olhos-dos-outros”, que não tem as perspicácia de argumentar e mostrar sua opinião divergente e ai, se acomoda no senso comum. É mais um que Acha Chico Buarque de Hollanda um grande poeta, mas que nunca pegou um livro ou uma biografia do citado para ler, por exemplo.

Senso comum é balaio, é Maria-vai-com-as-outras... É falta de caráter, ignorância. Assumir um posicionamento só para não ir contra o sistema, definitivamente me dá arrepios. Tenho uma lista de coisas que vão contra “o todo”, você também deve ter a sua, mas a opção de peitar o mundo com delicadeza e sábia discordância é uma questão muito pessoal e, sinceramente, para poucos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

COMO ME PERDER EM 3 DIAS

Por Paula Tubino

Sem fórmulas muito precisas, mas experimente atos de grosseria, descaso... Conte que você acha casamento uma grande palhaçada, enumere suas traições, me convite para beber cerveja num boteco em dia de chuva ou para acampar no final de semana. Diga com todas as letras que você tem oscilações constantes de humor e, com as suas palavras, faça eu perceber a sua total falta de caráter e de assunto. Fale o tempo inteiro sobre  suas ex namoradas, derrube algumas ligações na minha frente, diga que acha meus amigos um porre e que filhos nem pensar, já basta os que você tem perdido por ai. Use uma regata (urght) e perfume vagabundo. Grite comigo. Experimente competir ou desafiar, aproveite para me contrariar todas as vezes e afirme mil outras vezes que eu sou mimada e o quanto isso te incomoda. Siga em frente e nem pense em me ligar novamente!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

AEROPORTO

 Por Paula Tubino

Véspera de Natal. Acordo cansada e sigo rumo ao aeroporto, já preparada para enfrentar filas e muita gente pelo saguão do aeroporto. Check in, capuccino, beijo de despedida e entro para o embarque. Como já previa, fila! Aguardo ali, em pé. Na mesma fila alguém que desabafa com a mãe, que deixa a lágrima cair, que veste algo bem esquisito e que "pinta" o seu parceiro como um FDP. Olho para trás, na expectativa da mocinha se tocar do papelão, mas não resolve. “Mãe, ele não faz nada comigo, só vive para a família e os amigos dele, só quer ficar com o filho dele, não me respeita, não é companheiro, não me trata bem, não quer viajar comigo, ele é um babaca...” Entre um soluço e outro compartilha com a mãe e com a metade do saguão informações sobre o seu relacionamento. Pensei em levar um lenço a mocinha, emprestar um ombro amigo-desconhecido, em passar o telefone de um terapeuta, em contar que estava feio pra ela aquela situação... Pensei, pensei, pensei e nada fiz. Afinal quem se submete a um relacionamento assim e não toma uma providencia para mudar não merece nem o ombro emprestado, nem a saliva gasta, sequer o tempo despendido. Entro no avião com a certeza de nunca permitir que isso aconteça comigo, de não deixar com o outro a decisão de uma vida amarga. Sorriso no canto da boca, não posso reclamar, a vida anda de mãos dadas com a felicidade e nadinha do que ela reclama consta no meu presente. Por falar em presente,  o meu vai bem, obrigada!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

MUDANÇA

Por Paula Tubino

São mais que necessárias e ano que vira, furacão que normalmente se instaura e deixa tudo de pernas para o ar. Já prevendo que algo deve acontecer, começo mudando a cara do blog, que ganha novas cores, mas mantém a mesma abordagem editorial, que fique claro: por enquanto.

Já que esse espaço é meu preciso dizer que já me acostumei com as mudanças e pelo histórico familiar não posso ser avessa a elas, até porque elas chegam sem aviso, sem permissão, sem nada a declarar e simplesmente mudam tudo, ou quase tudo. Foi assim desde que eu era um projeto de gente e segue ate os dias de hj, ano após ano, entre dezembro e março.

Numa retrospectiva breve, de 2007 pra cá, entre o final do ano e o inicio de 2008 mudei de cidade, de casa, de carro, de emprego, de ciclo de amigos, a cor do cabelo... Em 2009 mudei de cargo, de casa, assumi coisas, contas e descobri uma sinusite emocional que me deixou de cama por dias. Em 2010 mudei de empresa, de casa, de namorado e principalmente, mudei minha postura em relação ao mundo. Ahhh sim, quase esqueço de dizer que este deve ter sido o meu ano da limpeza. Perdi o celular duas vezes, agenda, carteira (com documentos, cartões) e ainda financiei a noite de um bêbado, com algumas doletas de R$ 100, que estavam na carteira. É assim limpei...

Para 2011 o planejado é apenas mudar de casa (uma constante na minha vida) e o corpo, além de retomar o MBA e o inglês, viajar mais e... Um novo desafio profissional até que cai bem, pode até ser uma consultoria, um frela, um propósito novo em outro segmento... ideia sendo amadurecida aos poucos e sem pressa.

Fato que ela vem, causa alguns estragos, deixa algumas lições, causa “abalos sísmicos”, suportáveis, mas sempre vem para melhor... Nem adianta reagir, aguardo sua chegada -  nem tão ansiosa assim  - e ai paro, olho, respiro 357 vezes, analiso e vejo as providencias que devem ser tomadas para minimizar seus efeitos nocivos. Enfim, é emoção nova chegando, energia renovando e só acontece com quem consegue administrar e viver o lado bom das mudanças. Pode vir querida, bate na porta e entra. Já estou a sua espera desde 2010.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

CAPÍTULO NOVO

Por Paula Tubino

Eu já disse, ou ao menos pensei, “sua hora passou, seu tempo acabou, suas falas já não tem o menor sentido...”. O sentimento acabou mesmo. Foi enterrado junto com as expectativas, com as promessas fugazes, com a vulnerabilidade de uma relação sem previsibilidade... Sem futuro. Era assim, ele ia e voltava com uma liberdade concedida e compartilhada. Eu avisava que o direito de ir é vir era a nossa premissa, mais isso também poderia mudar sem aviso prévio. Rodava por ai, pensava, provavelmente conhecia uma ou outra e o fato é que sempre voltava, com um sentimento voraz e decidido a retomar. Por horas fui “A Mulher da sua vida”, por outras tantas quis tudo àquilo que ele já viveu e, portanto, o fardo era bem pesado. Na verdade sempre quis apenas as experiências novas, aquilo que ainda está por vir, que não vivi, o que não doeu e os erros que não cometi. Eu só queria audácia, sinergia, coragem... Eu só encontrei medo, culpa, angustia. Fechei a porta pela última vez e não abri novamente pra você entrar. Curei todos os medrosos que passaram pela minha caminhada. Virei casulo e me reconstruí dentro dele. Curti minhas horas, meus momentos e abri a porta para alguém tão diferente da repetição de comportamentos a qual estava habituada. É alguém tão curado quanto eu, tão destemido quanto eu planejava, tão divertido e seguro quanto eu desejava. Abri, deixei entrar e fechei a porta para o que acontecia em volta. Ele, por sua vez, embarca comigo nessa jornada de descobertas e é a aposta de que quando você percebe o que anda fazendo com a sua vida e, deixa de repetir comportamentos, alguém diferente do convencional atraca, coloca a ancora, ganha o espaço e ponto final. É página nova de um livro que não cansa de mudar a cada capítulo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

CHAPÉU DE CHUVA

Por Paula Tubino

Vocês querem um chapéu de chuva? Tenho uma coleção, de varias cores e modelos, é só escolher... completou a mãe do namorado. O fluxo dos pingos que caiam do céu aumentou consideravelmente e era preciso andar um pouco para chegar a qualquer restaurante, mas chuva alguma me faria colocar um chapéu para proteção. Com ar de pânico agradeci o empréstimo, mas descartei o acessório. Enquanto imaginava suas cores e modelos senti medo de sair com algo assim pelas ruas de Copacabana. Será que entre pessoas mais velhas é comum este tipo de adereço? Imaginei alguns com abas longas, outros mais curtos, material impermeável, com tecnologia capaz de escorrer ou absorver os pingos, em cores neutras e em tecido de oncinha, mas não conseguia me imaginar com o complemento. Senti medo e tentei a comunicação por olhares, para que o namorado continuasse a negar o empréstimo. Minha sogra insistiu. Neguei mais uma vez e outra e outra... Imaginava as cores berrantes e como esconderia depois o tal acessório de chuva. Quem usa chapéu de chuva nem precisa de melancia na cabeça, pensei. Deve ser algo bem antigo ou moderno demais para o meu estilo, mas decididamente não vai dar pra descer o elevador com um chapéu a prova d´agua. Disse não, não e não. Arregalei os olhos e fui levada ate o armário que escondia a coleção inusitada. Fechei os olhos e só abri quando percebi a porta sendo escancarada, para que eu escolhesse o meu. É não tinha escapatória, teria de levar o tal protetor de cabeça. Era muita insistência e pouca intimidade para mais de vinte repetições de “não precisa, obrigada”. Ao abrir da porta, no momento em que consegui acalmar coração, olhares, bocas e um corpo apreensivo pelo que teria de levar pelas ruas e bem ali,  na cabeça...Ufa! Era apenas uma coleção nas mais diversas cores e tamanhos de sombrinhas e guarda chuvas, sinônimo de Chapéu de chuva para quem é natural do Pará. Empréstimo aceito. Prefiro aquele floral, pequeno. Devolvo amanhã. Obrigada!