Por Paula Tubino
A minha historia mais bonitinha anda por ai, corre o país
todo trabalhando sem parar, sem perceber que a vida está passando. A minha
história mais bonitinha tem umas
frases prontas e mesmo assim eu tenho a plena certeza que não estou lidando com
mais um canalha. Sabe porque? Porque a nossa historinha tem inocencia, tem
descobertas, tem ineditismo, cumplicidade e momentos engraçados para relembrar.
E se me perguntar quais serão as cenas dos proximos
capítulos, posso prever com maior exatidão que qualquer cartomante que já fui:
Vou ser pra sempre na sua vida o “e se...”. Quando você estiver numa relação chata, quando você estiver
repensando se é feliz na cidade em que mora, quando receber propostas para
abrir outro escritório, quando achar que a mulher ao seu lado não é tudo aquilo
que você imaginava e quando estiver bebendo doses de nostalgia.
Tomamos caminhos diferentes, vivemos há 1.200km de
distância, não há tempo para amor nenhum surgir, porque você não tem tempo pra
curtir preguiça na cama no domingo, pra perder horas na livraria escolhendo
livros e degustando cafés numa noite de sexta, para jantar com os amigos no
sábado e varar a madrugada conversando... Então, mesmo sabendo do potencial que
tenho para te fazer feliz, deixo você ir embora no outro dia e no outro mês e
pra sempre.
Juro que não acho nem que é falta de interesse, ou coragem,
é falta de tempo mesmo, tempo pra deixar as coisas acontecerem, para as peças
se encaixarem ou para que algumas decisões façam sentido. Serei pra sempre o “e
se eu tivesse feito diferente...”, nada diferente disso, nada menos e nem mais
que isso. Por isso e só por saber disso deixo nossas vidas se desencontrarem de
novo.