quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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Por Paula Tubino

Um cara sem ambição. Esse foi o estopim para que uma amiga desistisse de sair com o cara novamente. Não era dinheiro, status ou poder e sim ter um sonho máximo de um emprego mais ou menos, uma noite mais ou menos, um papo mais ou menos e provavelmente buscava uma pessoa mais ou menos. Decidida, parou de atender as ligações e não topou mais sair com o "cara mais ou menos".

Após o relato comecei a refletir sobre o que faz com que eu abra mão de alguém, as vezes até sem conhecer direito, nas primeiras falas, no contato, nos primeiros minutos de uma aproximação e, em outros casos após constatações reveladas paulatinamente. É um tanto "sui generis", mas confesso, sou sensorial e acredito em sincronismo! 

Tem que bater o olhar, o cheiro, o toque, o timbre da voz e terminar com risadas. Nada mais nostálgico que uma noite sem gargalhadas ou,  ao menos, sorrisos discretos. Nada mais interessante que uma conversa com um homem inteligente, com historias divertidas e que acha graça do que você fala. Timbre de voz é algo que eu não sei bem explicar, mas algumas soam bem, outras não. O toque pode ser um abraço, a forma de aproximação ou o que for, o importante é como essa troca de energia chega. 

Sobre cheiro, é o quesito fútil, mas como adoro perfumes, alguns são simplesmente intoleráveis, não combinam com a minha essência e isso já é motivo suficiente para derrubar alguns pontos da investida de qualquer um. Sobre o olhar, nada a declarar. Cada um sabe o que conta e o mistério que carrega na retina.

E já ia esquecendo, pode gostar do gênero musical que for, ter as experiências mais loucas da vida, mas se o cara revela que nunca conseguiu ler um livro do inicio ao fim, se demonstra erros ortográficos e não tem bagagem cultural, esquece...pode tentar uma mulher mais ou menos.