quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ROUPA DO CORPO

Por Paula Tubino

No balcão da Companhia a constatação do que eu já imaginava: Voo perdido! Cheguei no horário, fiz o check in, segui um pouco contrariada ao embarque, porque no intimo minha vontade era ficar um pouco mais, passei no café do aeroporto, procurei o portão de embarque, para o voo que me levaria para casa naquela manhã linda e lá estava ele,  fechado, sem uma viva alma por perto. O proximo voo era a noite, o que significava um dia inteirinho perdido -  de calça jenas, blusa preta, salto 12 e cinto animal print, que apita no sensor do aeroporto -  sem praia, sem bar, nada de restaurante, nem de encontrar as amigas de sempre e as novas que a vida apresenta. - Então remarca meu voo para domingo, por favor. Se é pra passar o dia inteiro aqui sem mala, quero passar outros cinco.
Enquanto seguia no taxi ao meu último destino, contabilizava o que restava para estes dias: a roupa do corpo, uma bolsa esportiva, algumas maquiagens, celular sem carregador, óculos de sol, um livro denso sobre psicanalise, chicletes, Ipod, máquina e a carteira. Era mais que suficiente para os próximos dias, se eu não passasse 48 horas separando e escolhendo as peças da mala e se não tivesse comprado mais não sei quantos vestidos durante a viagem.
Desapego é a palavra de ordem e minimalismo é a senha da semana. A solução e sair para comprar um biquni, um vestido, que provavelmente será repetido -coisa que eu nunca faço em viagem  - usar a saia da minha irmã, adquirir um chinelo e curtir a variação " chinelo X salto 12".