segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mulherão??!!

Por Paula Tubino (publicado em 20/12/2010)

Saio do almoço pensativa, com a palavra utilizada pelo reduto masculino ao apreciar uma mulher da mesma forma que cachorro no açougue. Ela, pouco mais de 1,65 de altura, pernas bem definidas, assim como bumbum, braços e barriga. Reconheço o esforço da moça, que, sem duvida despende muitas horas do seu dia a academia, outras a nutricionista, procedimentos estéticos e com certeza carrega uma dura lista de restrições alimentares, porém, meu parâmetro para o uso da palavra "MULHERÃO" é outro...
Mulherão é quem acorda cedo pra malhar, para preparar os filhos pra escola, delegar as atividades da empregada e ainda continua correndo pra nao chegar atrasada na reunião com o clinete. É quem administra a casa, as compras, as contas e ainda acha tempo pro analista, tudo isso pra se tornar uma pessoa melhor para si e para o mundo.

Mulherão é quem administra uma empresa e fecha balancete no final de semana, ou atende clientes sisudos e cuida de crises de imagem numa semana em que sua vida pessoal está meio caótica. Mulherão é quem recebe uma ligação do marido enfurecido falando do botão da camisa que caiu e consegue achar a solução na maior calma... É quem lê os principais jornais pela manhã, mantem um livro de cabeceira, tem um dia assombroso e mesmo assim não esquece de honrar os seus compromisso e a vida social.

Dentista, depilação, mercado, unhas feitas, agenda milimetricamente organizada, com atividades fora do horario comercial... Só um mulherão sabe o que é administrar vida profissional e pessoal sem gafes, sem direito a regravação, sem rascunho. Mesmo sem ter o corpo que gostaria, vai dormir com a certeza de que fez o seu melhor...Conheço muitas delas, estão por ai, circulando pelo mundo e por horas passam despercebidas, nos seus terninhos ou vestindo um jeans  qualquer, não mostram atributos aparentes, mas carregam uma lista enorme de caracteristas que as coloca como um verdadeiro mulherão.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O MELHOR DE TODOS OS CARGOS


Por Paula Tubino

Falo em você, sobre você...Conto que você e eu somamos e viramos nós.  O brilho dos meus olhos dispensa qualquer comentário da felicidade tenra, finalmente instaurada. É paz de espírito, de alma, de coração...É você me fazendo gargalhar sem motivo aparente e a gente conversando por horas enquanto a pista de dança ferve. Conto nossas afinidades, nossos momentos, nossos planos... E tudo que querem saber é o que você faz, sua idade, onde mora...
Mora ali, num longe-perto, onde eu passo o final de semana e perco a hora quando tenho que trabalhar de manhã. Idade? A mesma que eu quando estamos juntos. O que você faz? Me faz ainda mais feliz. Não esta bom não? Não basta?? Ahhh me leva pra fazer coisas que a gente adora juntos e que não importa onde, nem quando, nem quanto... E nessa hora você podia ter qualquer profissão e eu nem ligo pro status que os outros veem em você, porque na minha vida o seu cargo é único e importante: É o dono do meu coração, que bate mais feliz por saber que amanhã tem mais vc por perto...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TELEFONE SEM FIO


Por Paula Tubino

Uma passagem para o fim do mundo, só de ida, por favor?! Essa foi a última frase, após um demorado suspiro de quem nem quer olhar para o celular por dias, após um desfecho inusitado de uma situação tão pessoal. Eles estavam um tanto quanto estremecidos após a última discussão, por um motivo banal qualquer, típico do desgaste do casamento. Sem meias palavras e num ato espontâneo ela resolve mandar uma mensagem ao marido. O conteúdo curto e direto foi enviado com sucesso e o final foi feliz entre eles, porém, ela não contava com um dispositivo do seu aparelho de celular, que envia a mesma mensagem a toda a agenda. Pessoas do trabalho, amigos do marido, as amigas dela, todos receberam a mensagem que dizia: “QUERO DAR PRA VOCÊ HOJE”.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO!

Fonte: Jornal de Brasília
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o "cinismo"...dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas. Guedes desafia a todos que "tanto se drogaram nas últimas décadas que venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro".
 Leia o artigo na íntegra:

É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.

Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente. Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon. Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.

Quanto mais glamoroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco. Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira, por extensão. Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
Festa sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade roporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastacuera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.
 Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos assim, tolerado. São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.

Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir:
 "Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro."

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

COMEÇAR DO MEIO

Por Paula Tubino

O começo é assim, cheio de surpresas, de vontades, de descoberta... Um releva daqui outro de lá. Tudo é lindo, tudo é novo...  E estou eu aqui, contando fragmentos da minha vida, juntando as peças do quebra cabeca da sua, num questionamento cruel de “ligo ou nao ligo”, pensando na continuidade da mensagem, analisando cada frase dita, contida, derrubando cada expectativa que hora ou outra vem a tona, usando o antídoto da proteção contra trancos e barrancos.

Tentando saber o que passa do outro lado da linha, no outro corpo, dividindo a minha energia com alguém que eu nem sei o que quer, o que pensa e sem a menor ideia de como serão as próximas semanas, o outros meses, se vai estar comigo nas férias de abril, se vai ligar quando estiver fora, se vai me acordar aos domingos e rir da vida em dias normais...

Tudo bem, é legal essa fase, mas cansa. É jogo, é incerto, é não saber o que fazer e colocar tudo ou nada a perder, é pensar mil vezes para tomar uma atitude ou expressar um sentimento ou vontade, é lingua que trava, corpo que cala, vontade que mascara.... Na boa, não da pra fazer um download da minha vida, com carta de apresentação? Ai você olha ai, analisa o histórico e passa  suas considerações por e-mail.

Talvez queira saber o seu pior, pra ver se eu suporto, se tenho disposição pra aceitar. Manda por e-mail, currículo completo, com foto acordando, resumo das atitudes e a falta delas também. Aproveita e tenta uma  carta de recomendação com a sua ex, me apresenta seus amigos e os lugares que você frequenta. Rasga o calendario desse mês, retoma após 60 dias e vamos começar logo do meio pra ver se dá certo e se a espontaneidade vence um inicio cheio de melindres e de “pode ser...”.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

INSPIRAÇÃO


Por Paula Tubino

Lá, da impossibilidade do mundo, das circunstâncias infindáveis, da mais remota falta de pretensão e dos credos contrariados com toda a veracidade... É de lá que você surge.  E balança os meus cabelos, eleva meus sorrisos, sacode a minha alma e encanta o meu mais sutil juízo. Sei la se é de verdade, se carrega saudade, se corre o risco ou se foge do abismo... Que tenha intensidade, muito mais que saudade, que vire o mundo de ponta cabeça, muito antes que eu enlouqueça e desapareça. Fruto do  medo de me perder na sua vida, como um brinquedo em facete que nem pensa em tombar novamente pra se reconstruir em torrente.