sábado, 28 de março de 2009

RIFA-SE UM CORAÇÃO

Embora a rifa esteja fora de moda, em épocas de leilão eletrônico e corações vendidos a prazo...precisava rebater o ultimo post, que ficou muito pesado. Neste, cito Clarice Lispector:

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque, que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucadoe que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu:"não quero dinheiro, eu quero amor sincero,é isso que eu espero".
Um idealista. Um verdadeiro sonhador…
Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga,se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.. Clarice Lispector

quinta-feira, 26 de março de 2009

CASAR OU TROCAR DE CARRO?


O FÚTIL QUE É UTIL


Decepções a parte, concluo que embora não entenda nada de mecânica é preferível trocar de carro.

Observe que o carro novo tem um cheirinho impar, que o seu marido terá no Maximo durante 24h, ele te leva para jantar e aos mais diversos programas e, o melhor, você que decide o horário e não existem reclamações por atraso. Se sair linda, ótimo, se sair de pijama, ótimo também!

Se por acaso seu carro for seqüestrado, o seguro recupera, mas se o seu marido cair na mira de alguma seqüestradora, ai é você quem tem que se recuperar.
Ahhhh, tudo bem, ai vou ouvir que o carro não te leva a gargalhadas durante a noite, não liga pra saber se você chegou bem, não dorme abraçado...

Pense bem, gargalhadas durante a noite são geradas quando você esta com uma turma divertida, indo para algum lugar. E quem está te levando mesmo??
Outra observação, quem está sempre com você e chega com você em casa não precisa ligar pra saber se vc chegou bem. Obvio que chegou, só se aconteceu algo entre o elevador e a porta de casa...

Sobre dormir abraçado? Pra que? Meu bem, é melhor dormir sozinha, sabendo que seu carro está na garagem, que ao lado de uma sinfonia frenética de roncos, uivos e empurrões. Pode apostar!!!

Então, desfile de carro novo, que gera cobiça, faz bem ao ego, funciona sempre que você abastece, não reclama, não cobra atenção e a manutenção não exige que você faça uma mega produção, que ao final nem é percebida.

Vamos ser práticas! Casamento é um investimento financeiro – emocional, sem seguro, sem garantias, sem trocas e sequer devoluções. Pode ter certeza, se der problema a concessionária não concede o recall.

Pense no cronograma que VOCÊ tem que elaborar para o almoço do seu marido, nas noites perdidas no supermercado, nos sábados vendo aquele super programa “Aloha Total”, no futebol, só com times da terceira divisão, que ele tem ciúmes do seu personal e ainda morre quando você quer sair com as suas amigas...

Pensou? E ai? Ainda vai casar ou trocar de carro?

* OBS: Não me tornei uma feminista, tomara que a "Síndrome de Cinderela” nunca acabe, mas que haja consciência!

terça-feira, 24 de março de 2009

OS SENTIDOS DA DIFERENÇA


Pensado sobre o que me sensibilizou nos últimos dias, para compartilhar por aqui, me veio a última quinta-feira de trabalho, um dia aparentemente sem muitas novidades.
Tudo normal, imprensa ligando para agendar entrevista, cliente que não respondia o e-mail com a validação do release, cronograma de inserções funcionando bem, metas quase atingidas e de repente estoura o pop do Outlook, 16h15, horário que sai para acompanhar uma entrevista.

Toda a estratégia já havia sido previamente montada na minha cabeça e mesmo o produtor agradecendo a atenção da empresa e, como sempre, dispensando cita-la, tratava-se de uma inserção em mídia nacional e para que tudo corresse bem, resolvi acompanhar de perto e passar todas as coordenadas ao entrevistado.

A diferença é que diante dos meus olhos, do cinegrafista e repórter, equipe vinda do Rio de Janeiro, não estava mais um cliente, com mestrado, gestor de alguma grande empresa, ou especialista na área xxxx, que concorda como que eu falo ou apenas fala que já passou pelo Media Trainnig e concedeu mil entrevistas ao longo da vida, estava uma pessoa tão boa quanto, muito educada, que ouvia atentamente a cada uma das minhas explicações sobre a estratégia, montada para reverter em pontos favoráveis aquela entrevista para uma grande empresa.

Estava no meu papel, não deixei que nada escapasse, nem falas, que poderiam induzir a inserções positivas, nem reforço de imagem, que rendeu até algumas risadas depois, de tão assertiva e forçadas, para a irritação do repórter e cinegrafista.

Enfim, quem me ouvia atentamente era um mero colaborador, não falo com desdém, mas é que eles nunca aparecem quando o assunto é assessoria de imprensa. Aos poucos Bel (nome fictício) ganha toda a equipe com sua entrevista, não sei se pela sua simplicidade, pela forma como colocou em pratica todos os ensinamentos que passei em menos de 10 minutos ou pela sua história de vida, mas me sensibilizou aquele massoterapeuta, com aproximadamente a minha idade e que contava sua trajetória de vida, vitima de deficiência visual genética, estudou em escola normal e escola inclusiva, buscou profissionalização com cursos de massoterapia e outros do mesmo gênero e aprendeu a VER a vida sem a visão. A incongruência é explicada pelas outras formas de enxergar o mundo que não apenas através dos olhos

Atesto que a sensibilidade de Bel não estava apenas na eximia massagem Express, a qual testei e aprovei, mas sim na sua forma de ver o mundo através de toque, cheiro, e voz. Algo me remeteu imediatamente ao filme Ensaio sobre a Cegueira, creio que o livro seja ainda melhor e José Saramago está entre os próximos que dedicarei meu tempo, mas a mensagem do filme tocou-me imediatamente, com a sua fala sobre “Como vê o mundo”.

Para um deficiente visual o belo não tem valor algum, porem, pela voz há uma identificação com o que é doce, suave, amargo e ao toque é possível perceber coisas que nós não percebemos, toques que não são de braços sarados, nem tão pouco de pernas torneadas e cintura fina, a pele tem um sentido maior, que não o sexual e sim o emocional.

Juro que não chorei, também não era para tanto, mas refleti por pelo menos 30 minutos sobre aquela fala de quem não se martirizava pelo ocorrido, pelo contrario, incentivava outros deficientes a buscar a profissionalização e falava com carinho dos atendimentos que faz diariamente e sobre o que a falta de visão lhe proporciona, no caso
maior sensibilidade aos outros sentidos.

Ai pensei tanta coisa, entre elas em muita gente que eu conheço que tem belos olhos, visão apurada, porém parecem cegos para o mundo, não enxergam quanta coisa mais importante passa bem abaixo dos seus olhos e não outros tantos que não tem a sensibilidade de perceber quantas oportunidades perdidas de continuarem calados. Sim, outro sentido que muita gente não aproveita, dispara a falar uma porção de abobrinhas sem respeitar a audição de quem preza por qualidade ao que se escuta.

Viajei mentalmente, surgiram algumas perguntas em fração de segundos, sobre a hora de calar, de não ouvir, de sentir o toque como algo mais verdadeiro que a visão e sobre como estes sentidos ganham proporções de relevância tão maiores na perda de um deles.

Sai da entrevista extasiada com tantos questionamentos que rondaram a minha cabeça e sem concluir absolutamente nada, a não ser que vivemos num mundo muito volátil, com scripts montados, sensibilidade forjada, onde o visual vence o mental, o cheiro e o toque perdem suas essências e de repente até um pouco decepcionada com esse mundinho que despreza a perfeição de ter todos os sentidos plenamente aproveitados, mas não vou mudar o mundo mesmo e, de alguma forma ou de outra, faço parte deste contexto.
Por: Paula Tubino

sexta-feira, 20 de março de 2009

10 COISAS QUE DESCOBRIMOS SOBRE RELACIONAMENTOS

O FÚTIL QUE É ÚTIL.

Em alguns encontros com as “Lulus”, logicamente que falamos sobre vivencias, experiências, o que deu certo e o que deu errado, compartilhamos razão e sentimento e algumas percepções precisam ser disseminadas urgente, assim nos economizamos de ver mulheres chorando num banheiro de bar. A vida precisa ser simplificada!

Um serviço de utilidade pública às “mulherzinhas” de plantão:

01) Elas podem ficar tranqüilas! Eles compartilham pouquíssimas informações sobre a intimidade, com amigos. Sobre o universo feminino, prefiro me abster dos comentários...


02) Não adianta, eles não gostam de falar quando estão chateados, preocupados ou com raiva (isso simplesmente MATA o universo feminino). Calma, ele acordará bem e se deixá-lo quieto, provavelmente ligará assim que abrir os olhos.


03) Quando ele diz que não quer namorar ou que não está preparado, pode ter certeza, VOCÊ não é a pessoa que ele quer namorar, mas a vizinha pode se tornar a mulher da vida dele em 24 horas!!


04) Uma fossa deve durar no máximo 24 horas, passando disso já virou depressão! Melhor sair, com ou sem rumo, vai que sem querer você resgata seu ex-paixonite e se der sorte, vira refém de um seqüestro nada relâmpago


05) Nada é melhor para superar qualquer relacionamento que entrar em um bar quando está passando um clássico do futebol, tipo: Flamengo e Botafogo


06) Se você falou que não liga mais, simplesmente não ligue!!! E lembre-se existem outros telefones na sua agenda, os resgates são bem vindos e fazem muito bem ao Ego


07) Acorda pra vida, o amor tem limites e isso é um fato. O limite está na quantidade que você se doa, que deve ser inversamente proporcional ao triplo que você recebe e dividido por aquilo que você não tolera


08) O fato é que não existe príncipe encantado, você não é a bela adormecida e está bem grandinha para acreditar em conto de fadas


09) Se ele ainda não ligou, nem insista em acreditar que a mãe esta no hospital, o cachorro morreu, a empregada faltou... Ele simplesmente não quis ligar!


10) Presente só a vista, NUNCA divida no cartão de crédito! Se relação acabar você vai morrer de raiva a cada fatura

* Resultado de muita gente que serve como auto-ajuda para outras, embora não seja minha literatura preferida, vale pelas risadas em construir cada item e ver cada uma de nós em alguns destes. As “Lulus” foram parte desses 10 fúteis-úteis.

DEFINITIVAMENTE A TELEVISÃO NÃO É MINHA MELHOR AMIGA

Pela percepção de que para conviver bem com os outros é preciso estar atualizada, até com aquilo que não se faz necessário, então, me submeto a uma mudança de rotina e como quase todo mundo, menos eu, ligo a televisão e tento me adaptar a ela como companhia. O esforço surge ao observar que é impossível passar mais de oito horas na companhia de amigos sem que sejam citadas as trapalhadas da nona edição do Besteirol Brega Brasileiro (BBB) e para entrar neste universo, que considero fútil/inútil, penso no meu objetivo e quem sabe, até passo a gostar daquilo que hoje ganha minhas horas de leitura, arrumação de armários e até mesmo o simples ócio.

Tento me concentrar e aprender os nomes das pessoas e dar uma chance ao programa, de repente posso até me identificar com as estratégias e o poder de persuasão que a televisão explora para determinar quem serão os eliminados, mas como posso me identificar com um programa que não segue sequer a premissa nome e identidade? Não consigo perceber a semelhança entre o nome e a programação apresentada, muito pelo contrario, me pergunto quem é o Irmão nessa história??

Enfim, está decidido: o show da espetacularização, que ganha às casas brasileiras, tem que ganhar a minha também! Dura aproximadamente 2 minutos e eu já inventei alguma outra coisa para fazer em paralelo. Quem sabe ler o manual do Seguro do carro? Ou organizar umas gavetas? Montar uma nova planilha de gastos? Ou jogar fora os papéis que ficam pela bolsa...Ok! Desisto e vou ao computador relatar o que percebo sobre o fascínio que o Besteirol Brega Brasileiro representa na vida das pessoas, sobre alguns aspectos, estejam eles certos ou não, são apenas minhas observações, nem tão livres de preconceito quanto gostaria.

Repeitável público, o circo começou! Entre palhaços apostos, trapezistas sociais, mágicos da imaginação e malabaristas da estratégia, o fogo cruzado, “na casa mais bisbilhotada do Brasil”, ganha olhares atentos e a cada fala de um dos “atores” (sim, atores de um picadeiro da vida nada real) um suspiro ou uma exclamação, uma indagação e um comentário guardado para ser compartilhado no dia posterior. Enquanto isso, a emissora lucra milhões com merchandising, com as ligações de todo o país, anunciantes e produtos, provenientes deste enlatado americano que deu certo por aqui. Derrota maior se pensar que ainda sai ditando moda, jargões, comportamento e claro, “formando novos apresentadores da televisão Brasileira”. Diga-se de passagem, as premissas do jornalismo passam longe destes profissionais, mas hoje em dia há espaço para todos, até para as saias e decotes.

Tentando entender o porquê de tamanha perda de tempo, faço uma analise da conjuntura atual. Vejamos: população descrente nos governantes, rastros de corrupção por todos os lados e partidos, crise econômica mundial afetando todos os segmentos, taxa de desemprego aumentando, filhas estupradas pelo próprio pai, corrida para entregar o imposto de renda, pessoas se relacionando mais com computadores que com pessoas, um chefe irritante, horas extras sem remuneração, muitas contas, impostos abusivos ao bolso de qualquer empreendedor e fila, muita fila.

E o que isso tem com o BBB?? Em uma conversa antiga, com um sociólogo sobre minhas indagações, conferimos juntos o sucesso do programa ao cenário atual e alternamos algumas possibilidade:
1) As pessoas têm a necessidade de ver algo leve para abstrair o montante de informações que absorvem durante o dia e a quantidade de atrocidade e preocupações.

2) Outra conclusão está na identificação, os mesmos mecanismos utilizados pelas novelas. A emissora apresenta discursos subliminares, intrinsecamente manipulados, as distorções causam certo frisson nas pessoas e o reconhecimento dos sentimentos (raiva, dor, tristeza, saudade..), que muito se aproximam do real, asseguram a elas uma familiaridade. Os telespectadores também exercem sentimentos sobre o que vêem e vibram, se emocionam, comentam, acompanham cada fala como se pertencesse a sua própria vida cada uma das escolhas e como se aqueles fossem seus amigos de infância, até porque a internet assegura uma busca rápida e facilitada sobre qualquer pessoa, disponibilizando até o que deveria ser mantido sob o mais criterioso sigilo.

Enfim, a analise sobre o BBB é tão complexa que foi tese de monografia de uma amiga, em tempos de faculdade, provavelmente será o seu projeto de mestrado também, mas mesmo não poupando esforços, será impossível analisar todos os pontos. Como minha pretensão não é essa e sim compartilhar algumas indagações, concluo que realmente não consigo estar nesta parcela majoritária de telespectadores e sinceramente, vou indo muito bem assim.

Então, quem conviver comigo, verá algumas caretas, quando este for o assunto em pauta e quem sabe algumas contra argumentações, porém, a idéia não é que as pessoas deixem de assistir, mas que analisem aquilo que estão vendo. Não é possível passar a vida toda apenas assimilando.

DECIDIDO - Numa rotina em que falta tempo para praticamente tudo, ando preferindo gastar estes preciosos minutos dedicando-me ao simples ócio, a conversas construtivas, a conviver com pessoas que admiro, escrever sobre aquilo que me incomoda ou emociona, quem sabe uma corrida ouvindo Linkin Park, um filme novo e até descobrir uma banda ou um Gueto recém inaugurado na cidade.

Que cada um faça o que tiver vontade, mas que a critica esteja presente em todos os momentos!