sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SENSO COMUM É DEMAGOGIA


Por Paula Tubino 
 
Ok, não é preciso ser  “ o do contra”, mas gostar de tudo o que os outros aprovam, só por que está na moda ou para ser aceito, definitivamente não dá. Quem consegue peitar suas dicotomias perante a sociedade tem que estar disposto a encarar testas franzidas, olhares desconfiados e, acredite, só por não aceitar algo “convencional” vão achar que você é um tanto alienado, estranho, louco... adjetivação não vai faltar.

Pois bem, acho Chico Buarque um porre sem tamanho, não suporto Cirque du soleil e casamento de véu e grinalda - na igreja e com marcha nupcial  - é o evento mais clichê da história, uma fábrica de dinheiro que mantém estabelecimentos e a instituição mais antiga e rica do mundo, as próprias igrejas. Devo considerar que acho linda a ideia do casamento, só não gosto da falta de ineditismo e dos valores arcaicos atrelados a ele.

A maternidade não está nos meus planos, o que não quer dizer que eu não goste de crianças. Vou contra muitos argumentos construídos pelo cristianismo e horários de trabalho estabelecidos. Não gasto meu tempo com BBB e novela e acho um total absurdo convites de casamento em que os noivos ainda citam pais casando seus filhos, esses mais vividos que a minha avó. Uma satisfação social desnecessária.

No meu ponto de vista, alienado real é aquele que não consegue esboçar seus ideais sinceros, que nem ousa criticar, que tem medo de ir contra o que todo mundo considera “convencional-ótimo-bem-aceito-aos-olhos-dos-outros”, que não tem as perspicácia de argumentar e mostrar sua opinião divergente e ai, se acomoda no senso comum. É mais um que Acha Chico Buarque de Hollanda um grande poeta, mas que nunca pegou um livro ou uma biografia do citado para ler, por exemplo.

Senso comum é balaio, é Maria-vai-com-as-outras... É falta de caráter, ignorância. Assumir um posicionamento só para não ir contra o sistema, definitivamente me dá arrepios. Tenho uma lista de coisas que vão contra “o todo”, você também deve ter a sua, mas a opção de peitar o mundo com delicadeza e sábia discordância é uma questão muito pessoal e, sinceramente, para poucos.