terça-feira, 28 de setembro de 2010

LULUS

Por Paula Tubino

Era um desses encontros em que os namorados e maridos não participam. Não estão presentes porque vira e mexe entram na pauta da conversa. Dia que eles também tem para encontrar amigos, o tal poker, futebol ou sei lá o que.  Falávamos sobre relações duradouras e as mudanças acarretadas com este convívio intenso, cada uma com a sua contribuição memorável. Há quem diga que os ganhos superam as perdas daquele amor que brilha os olhos, mas a conclusão é que as perdas são grandes o bastante para que seja realmente repensada a ideia de transformar duas casas em uma. A intimidade e o  convívio afastam situações como a citada em uma das crônica da Martha Medeiros, de “um simples beijo em pé na sala”. Sim, um beijo de verdade e sem maiores pretensões, dessas coisas gostosas da vida, que a gente faz sem pensar, no inicio de qualquer relação e esquece depois de um tempo. A mesa ao lado, repleta de homens trajando terno e, com grossas alianças na mão esquerda, olha veemente para a mesa de mulheres reunidas. A intenção pode até não significar uma traição e sim um alimento ao ego, mas é incomodo pensar que um dia podemos ser a mulher em casa e eles os nossos maridos que olham para outras. Será que eles perderam a vontade do beijo em pé? Mesmo que novela não seja lá nossa principal distração, bem longe disso, vem a fatídica frase, que corou uma destas personagens da vida nada real, lembrada por uma de nós e que virou reflexão após os olhares sinuosos de alguns comprometidos do lado: Se beijam em pé ou não, definitamente  não saberemos, se são realmente felizes muito menos, mas a atriz citou, em determinado momento da trama, que “É melhor ser desejada que casada”. Todas concordamos em alto e bom tom.