terça-feira, 11 de janeiro de 2011

CAPÍTULO NOVO

Por Paula Tubino

Eu já disse, ou ao menos pensei, “sua hora passou, seu tempo acabou, suas falas já não tem o menor sentido...”. O sentimento acabou mesmo. Foi enterrado junto com as expectativas, com as promessas fugazes, com a vulnerabilidade de uma relação sem previsibilidade... Sem futuro. Era assim, ele ia e voltava com uma liberdade concedida e compartilhada. Eu avisava que o direito de ir é vir era a nossa premissa, mais isso também poderia mudar sem aviso prévio. Rodava por ai, pensava, provavelmente conhecia uma ou outra e o fato é que sempre voltava, com um sentimento voraz e decidido a retomar. Por horas fui “A Mulher da sua vida”, por outras tantas quis tudo àquilo que ele já viveu e, portanto, o fardo era bem pesado. Na verdade sempre quis apenas as experiências novas, aquilo que ainda está por vir, que não vivi, o que não doeu e os erros que não cometi. Eu só queria audácia, sinergia, coragem... Eu só encontrei medo, culpa, angustia. Fechei a porta pela última vez e não abri novamente pra você entrar. Curei todos os medrosos que passaram pela minha caminhada. Virei casulo e me reconstruí dentro dele. Curti minhas horas, meus momentos e abri a porta para alguém tão diferente da repetição de comportamentos a qual estava habituada. É alguém tão curado quanto eu, tão destemido quanto eu planejava, tão divertido e seguro quanto eu desejava. Abri, deixei entrar e fechei a porta para o que acontecia em volta. Ele, por sua vez, embarca comigo nessa jornada de descobertas e é a aposta de que quando você percebe o que anda fazendo com a sua vida e, deixa de repetir comportamentos, alguém diferente do convencional atraca, coloca a ancora, ganha o espaço e ponto final. É página nova de um livro que não cansa de mudar a cada capítulo.