quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

COMEÇAR DO MEIO

Por Paula Tubino

O começo é assim, cheio de surpresas, de vontades, de descoberta... Um releva daqui outro de lá. Tudo é lindo, tudo é novo...  E estou eu aqui, contando fragmentos da minha vida, juntando as peças do quebra cabeca da sua, num questionamento cruel de “ligo ou nao ligo”, pensando na continuidade da mensagem, analisando cada frase dita, contida, derrubando cada expectativa que hora ou outra vem a tona, usando o antídoto da proteção contra trancos e barrancos.

Tentando saber o que passa do outro lado da linha, no outro corpo, dividindo a minha energia com alguém que eu nem sei o que quer, o que pensa e sem a menor ideia de como serão as próximas semanas, o outros meses, se vai estar comigo nas férias de abril, se vai ligar quando estiver fora, se vai me acordar aos domingos e rir da vida em dias normais...

Tudo bem, é legal essa fase, mas cansa. É jogo, é incerto, é não saber o que fazer e colocar tudo ou nada a perder, é pensar mil vezes para tomar uma atitude ou expressar um sentimento ou vontade, é lingua que trava, corpo que cala, vontade que mascara.... Na boa, não da pra fazer um download da minha vida, com carta de apresentação? Ai você olha ai, analisa o histórico e passa  suas considerações por e-mail.

Talvez queira saber o seu pior, pra ver se eu suporto, se tenho disposição pra aceitar. Manda por e-mail, currículo completo, com foto acordando, resumo das atitudes e a falta delas também. Aproveita e tenta uma  carta de recomendação com a sua ex, me apresenta seus amigos e os lugares que você frequenta. Rasga o calendario desse mês, retoma após 60 dias e vamos começar logo do meio pra ver se dá certo e se a espontaneidade vence um inicio cheio de melindres e de “pode ser...”.